Postagem em destaque

Dr. Gentil Domingues: um humanista, um formador...

Pensei nele ao amanhecer, assim, do nada, e aí conclui que devia prestar-lhe uma homenagem e não há outra forma, neste momento, senão escre...

23 de abr. de 2011

O que há em comum entre a Semana Santa e o Mundo Corporativo?

Certamente nos vem à lembrança os inúmeros Best Sellers que conclamam os executivos a praticarem os ensinamentos de Jesus nas relações dentro das corporações e sabemos que a Semana Santa toca os corações, por mais petrificados que sejam. Eis a primeira convergência.  É claro que concordamos com a prática das lições de Jesus e que são perfeitamente aplicáveis nas companhias. Arriscamos a afirmar que há melhorias substanciais no clima organizacional quando dessa forma se conduzem todas as lideranças, fruto de nossas observações ao longo de nossa carreira.
Extraímos num destes livros sobre a liderança de Jesus, intitulado “Jesus, o maior líder que já existiu”, o exercício do autodomínio como um de seus ensinamentos. E Ele não desperdiçava energia. Apesar de ser um recrutador de pessoas (headhunter), Ele nunca se desgastava implorando aos outros que o seguissem ou tentava manobras manipuladoras. Na realidade, Ele treinava os integrantes de sua equipe a “sacudir o pó dos pés” (Mateus 10:14) e continuar seu trajeto caso não fossem bem recebidos e ouvidos. Igualmente orientava a não “lançar pérolas aos porcos” (Mateus 7:6), uma imagem bem forte sobre a relevância de saber onde e com quem compartilhar o tesouro de sua força. Um primor de lição.
Há, no entanto, outra figura bíblica “festejada” neste período, que vem, digamos assim, se destacando de forma semelhante nestes últimos tempos nas organizações.  Trata-se de Judas, o traidor de Jesus. Há uma verdadeira infestação no mundo corporativo. Nem precisamos de pesquisas para comprovar a sua presença ostensiva e seus seguidores, pois as rodas de conversas os delatam. Nas empresas, travestidos de bons moços, geralmente próximos ou integrantes do núcleo do poder ou ainda disfarçados (o que é difícil de detectar), estão sempre dispostos a querer ouvir o seu interlocutor – são exímios ouvintes -, ante seus infortúnios no percurso e esforço para alcançar seus objetivos, quer coletivo, quer individual. E lá vão eles, sorrateiramente e, creiam, sem nenhuma pretensão (risos), contar ao Chefe as últimas novas do “fulano” em sua unidade ou célula, com a interpretação que melhor lhe aprouver, subtraindo ou acrescentando..., de acordo com os seus interesses, que não são lá muito nobres. É evidente que nem todas as pessoas introspectivas, recatadas ou quietas assim se comportam. São apenas sinais, pois os falastrões podem também fazer parte deste rol.
Cuidado, fujam desses falsos bons moços! Eles estão por toda a parte: no cafezinho da cantina, onde fazem uma indagação qualquer de maneira aparentemente despretensiosa, na mesa do bar (ouvem muito e falam pouco), nas reuniões, nas rodas dos eventos e de festas institucionais - apresentam-se discretamente, muito mais com o intuito de captar do que para se divertir e por isso bebem pouco, invocando que o fazem socialmente (risos). Triste, mas verdade. Melhor esquecê-los ou ignorá-los.
O pior não é isso. Os que integram o poder decisório das organizações muitas vezes “compram” estas informações e carregam-nas anos a fio, disseminando-as sem, contudo, checarem o que estes bons moços repassam. Distantes da realidade alimentam-se de inverdades ou meias verdades. Certa feita li em um compêndio de administração que ensinava os executivos a visitar o “chão de fábrica”, pois neste espaço é onde se abrigam a realidade das organizações. É a chamada gestão do andar por aí. Desprezá-la é mascarar qualquer outra forma de diagnosticar e conhecer o desempenho de pessoas e processos, concluía o seu autor.
Não nos livraremos dos Judas, seja no mundo corporativo, seja na vida pessoal, mas podemos encontrar em Jesus uma lição: Ele perdoava. “O perdão é o óleo num motor... mantém as engrenagens funcionando.” Mas que é difícil isto é.

5 comentários:

  1. Muito bom. Um belo alerta não só pro mundo corporativo, mas pra vida...


    PS: Me maaaata de orgulho kkkkk

    ResponderExcluir
  2. Chico, voce descreveu com singularidade um ambiente que convivi nos ultimos dezoito anos e que estou afastada Graças a Deus há quase dois anos, porque senão ja teria morrido, com certeza! O último Judas que encontrei quase me matou mas já o perdoei porisso Deus tem me dado a felicidade de enfrentar e vencer tudo o que tenho passado! Parabéns Mestre Chico!

    ResponderExcluir
  3. Gostei!As reflexões sempre nos ajudam a enxergar melhor.

    Lidu

    ResponderExcluir
  4. Xico, gostei muito da forma que você comparou o mundo de hoje e o de ontem. Creio que, em certos momentos da vida, neste mundo capitalista em que vivemos, todos nós agimos como Judas; porém, temos que ter a sabedoria e a humildade de rever nossas atitudes para que seja retomado o caminho do bem.

    ResponderExcluir
  5. Grande Chico,

    Tudo que relatou é fato,como também é fato que quanto mais temos Jesus no coração muito mais perdoamos com facilidade.Sobre ele é sempre bom falar e escrever,porém é sublime buscar e seguir o seu exemplo.

    ResponderExcluir